No Congresso Nacional: acompanhada de discurso agressivo contra servidores públicos, reforma administrativa vai ser votada por parlamentares em Brasília

 

Entre 10 e 13 de fevereiro, o site da Assejur publicou várias manifestações de repúdio ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Os documentos foram elaborados por entidades de representação do funcionalismo público, e contestam o discurso proferido por Guedes num evento realizado no dia 7 de fevereiro. Ao defender a reforma administrativa, o ministro argumentou que os servidores acumulam privilégios, comparando-os a “parasitas” que, aos poucos, “matam” o seu hospedeiro – no caso, o Estado.

Logo em seguida à fala desastrosa do seu titular, o Ministério da Economia tratou de emitir um pedido formal de desculpas. Inútil. A afirmação polêmica não contém nenhum lapso, nenhum erro involuntário, mas apenas revela o que está por trás da reforma administrativa que será votada pelo Congresso Nacional. Quando autoridades importantes do governo se sentem à vontade para desrespeitar, como Guedes desrespeitou, uma categoria formada por milhares de trabalhadores que exercem funções essenciais para a população, é porque não existe disposição de diálogo. O objetivo da equipe econômica sempre foi impor, em negociações subterrâneas com parlamentares, a transferência da gestão estatal para os donos do dinheiro. Não existe, nessa política de desmantelamento, vontade de “melhorar” o serviço público.

Os protestos contra a ofensiva de Guedes são, portanto, legítimos, e merecem ser divulgados. Que o episódio sirva para mostrar quem são os verdadeiros parasitas, bem identificados pelo sempre atento Latuff (charge abaixo), e para marcar as ações necessárias do funcionalismo em defesa da dignidade das suas carreiras e dos anseios da comunidade.

 

 


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