Quem é parasita?: Paulo Guedes, ministro da Economia, ofendeu servidores públicos em pronunciamento na Fundação Getúlio Vargas, no dia 7 de fevereiro

 

As comparações feitas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que afirmou, em pronunciamento na Fundação Getúlio Vargas, no dia 7 de fevereiro, que os servidores públicos se assemelham a “parasitas” que sugam o hospedeiro (Estado), repercutiram mal entre o funcionalismo. A Federação Nacional dos Servidores do Judiciário nos Estados foi uma das entidades que protestaram contra esse discurso, na nota reproduzida a seguir, com o título Falta competência, sobra desrespeito neste governo.

 


Falta competência, sobra desrespeito neste governo

 

Não é de se espantar que, mais uma vez, o governo despreparado de Jair Bolsonaro e de Paulo Guedes mostre sua verdadeira face quando o assunto são os trabalhadores e as trabalhadoras do País. No dia 7 de fevereiro, em mais um ataque, Guedes direcionou sua fala desrespeitosa e cheia de preconceito ao funcionalismo público, comparando servidores e servidoras, que contribuem para o crescimento e o desenvolvimento do Brasil, e sem os quais o acesso da população a serviços essenciais seria muito mais difícil, a ‘parasitas’. A citação foi feita em palestra na Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EPGE).

A Fenajud, que representa 25 entidades sindicais de todas as regiões do país e mais de 150 mil servidores e servidoras do Poder Judiciário Estadual, tão logo tomou conhecimento do episódio decidiu vir a público manifestar seu total repúdio à fala do ministro.

A entidade acredita que os verdadeiros parasitas são aqueles que querem vender as empresas públicas a preço de banana no mercado financeiro e a banqueiros, que esperam ansiosamente pelo sucateamento da Justiça, da saúde, da educação e da segurança. Desse modo, a Federação rejeita qualquer tentativa esdrúxula de tachar a categoria de privilegiada. Uma categoria que segue anos a fio sem valorização real e sofre com perdas salariais e com assédio moral, como este proferido pelo ministro.

A Fenajud alerta a sociedade para o que provocará a falta de trabalhadores concursados nas unidades de atendimento. Ficará mais difícil o acesso à Justiça, haverá ainda mais filas em hospitais, as cidades serão levadas ao caos na segurança e as pessoas sofrerão as consequências da falta de investimento em educação. O objetivo é único: destruir a imagem dos trabalhadores e trabalhadoras que executam esse tipo de atividade e, assim, facilitar a privatização e a entrada de empresas de terceirização – de poderosos – nas repartições brasileiras, nos mais diferentes níveis de governo. Apenas a população mais pobre será prejudicada.

A Fenajud ressalta que é inquestionável a relevância da atuação do trabalhador e da trabalhadora do serviço público, pois a sua principal característica é não se submeter a mandos e desmandos de diferentes governantes por ter sua estabilidade garantida por meio do concurso público.

Por fim, a entidade afirma que não se constrói uma democracia e um país organizado, que atenda às necessidades e aos anseios da população de forma digna, sem a prestação de serviço desses profissionais totalmente comprometidos, sem que sejam tratados com respeito e dignidade.